2005-01-08

Entrevista Infeliz

O Presidente da República aceitou participar numa entrevista em que partilha pontos de vista com outros políticos e jornalistas, sem que esteja representado alguém da actual maioria, que por muito que tenha batido no fundo representa muito mais do que qualquer um dos convidados presentes, num modelo completamente fragilizador da sua própria pessoa e em pleno clima de campanha eleitoral, em que o Presidente deve estar mais resguardado. Mas esta é uma questão de forma, que não é de todo a mais importante.
O conteúdo esse sim varia entre o incongruente, o amnésico e o lugar comum.
O Presidente vem falar em plena pré-campanha que é preciso reformar o sistema para gerar maiorias, o que para o homem que zela pela credibilidade das actuais instituições ( e não as que gostava de ter ! ) é no mínimo espantoso, ainda para mais sendo a mesma pessoa que dissolveu uma maioria clara. Talvez o termo maioria para Jorge Sampaio não tenha o mesmo significado que para o comum dos Portugueses. Depois diz que só em 2001 se lembrou do déficit, quando vários economistas avisaram desde 1998 que a situação ia descarrilhar. Mas na altura havia uma "Nova Maioria" em que ficava mal puxar as orelhas e era preciso entrar no Euro. Mas para mostrar que é imparcial, já que os socialistas deram uns aumentos no tempo deles vamos deixar aqui a rapaziada da maioria também dar a sua fezada, esquecendo-se que a principal razão da sua dissolução da Assembleia era porque se tinha invertido a política de contenção, ou seja, temos um orçamento que é tão mau que é um dos principais factores de queda do Parlamento, mas atenção, que ninguém é despedido sem aprová-lo !
Para rematar disse o que todos nós já sabemos, mas que por causa de atitudes como a de Vossa Excl. não se repetem mais, que são os imensos casos de sucesso em Portugal nas mais diversas áreas. A nossa sociedade é cada vez mais pujante, porque já constatou que não pode contar com os políticos se quiser fazer alguma coisa de jeito.
Cada vez mais precisamos de enquadramento, estabilidade e ideias claras. O intervencionismo tem servido para esconder fraquezas políticas, que puseram o país em alto mar com o mastro partido. O motor ainda funciona, mas não sei é se há gasolina para chegar a terra.

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