Listas Separadas
Após os resultados eleitorais das Europeias e dos Açores, embora em cada um dos casos houvesse circunstâncias concretas extra coligação que contribuíram para as derrotas da AD, parece-me evidente que o PSD e o PP devem concorrer em listas separadas.
A hipótese de concorrerem juntos, só faria sentido se a legislatura chegasse ao fim e houvesse tempo de criar um projecto conjunto e mobilizador que apresenta-se mudanças profundas na sociedade portuguesa.
Com esta irresponsabilidade do Presidente da República, teremos umas eleições sem nenhum projecto válido a ser apresentado, porque simplesmente não há tempo para prepara-lo com a devida reflexão pelos diversos partidos. Até os partidos do Governo, não querem continuar o seu programa, quer seja porque não o sentem como deles, quer seja por medo de perder eleições.
O que teremos ao longo da campanha serão apelos fortes ao eleitorado tradicional de cada um dos partidos e a apresentação de medidas avulsas para a conquista do eleitorado indeciso, e assim sendo, PSD e PP, separados somam mais que juntos.
Há muito eleitorado PSD e PP que não vota AD, mas o mais importante é que o eleitorado de centro, aquele que é apartidário, só votaria na AD se senti-se que era um projecto mobilizador, o que nesta situação concreta não é.
No entanto, há a particularidade do pacto pós eleitoral e de não agressão. Se o primeiro é de um completo vazio, até porque retirava espaço de manobra aos dois partidos, já o segundo é inteligente e deverá ser cumprido por todos os dirigentes, para não passar a ideia que andam a lavar roupa suja. Já temos problemas suficientes de credibilidade e estabilidade nas nossas instituições e espero que PSD e PP, não agudizem ainda mais este problema.
Resta-me desejar boa sorte ao meu partido, o PSD, que embora não se apresente com a liderança que melhor resolveria os problemas do país, é uma alternativa mais reformadora e liberalizadora que a socialista.
A escolha de um mal menor, é um sintoma de pouca saúde do nosso sistema democrático, mas continuo a acreditar que melhores dias virão, e que as verdadeiras elites irão sair da sua redoma e arregaçar as mangas.
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