2005-02-15

Debate não adianta muito ...

Gostei do formato do debate. Beneficia o confronto de ideias, é mais adequado à realidade portuguesa e permite descodificar melhor o pensamento dos intervenientes, quer pelo tempo que dedicam aos assuntos, quer pela resposta que dão quando confrontados. Aí vem ao de cima o mau génio de José Sócrates, que apesar de tudo estava mais calma que da última vez, e que terá muita dificuldade em lidar com um partido mole e habituado ao facilitismo. Pode ser que seja um bom sinal e sirva para não deixar a autoridade do Estado degradada como deixou António Guterres. No entanto o principal objectivo que tinha, conquistar a maioria absoluta, falhou. Bem que falou para os desempregados, os idosos e os jovens, porque sabe que é aí que estão os indecisos, mas não lhes adiantou mais do que já tinha dito e sobretudo não convenceu de ser capaz de realizar o que já anunciou.
Pedro Santana Lopes, mostrou-se mais uma vez conhecedor da governação ao contrário da imagem criada. Não que tenha sido muito bom governante, mas também já os houve muito piores. Não devia ter valorizado a provocação de Louçã e devia ter evidenciado mais os progressos que se fizeram nestes 3 anos, porque os há e muitos.
Portas foi o mais eficaz. Disse tudo o que tinha para dizer, com muito boa argumentação e clareza. As suas tiradas sobre os postos de trabalho preservados foram pura demagogia e não deixa de ser estranho ter afirmado que quer fazer crescer a economia com o consumo das famílias. Qualquer economista de esquerda deve ter pensado duas vezes em votar no PP.
Do lado da extrema esquerda, Jerónimo de Sousa deu "falta de comparência" e assim poupo-nos a mais uma cassete e Louçã esteve ao ser melhor estilo de "tele-evangelista". Normalmente sou avesso a este tipo de rótulos, mas a suposta autoridade moral que reveste este figura, só pode ser caricaturável e não é para levar a sério.

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