Congresso do CDS/PP
Ribeiro e Castro chegou de pantufas e saíu líder. Mas uma grande dúvida subsiste. A candidatura de Telmo Correia não terá sido conduzida de forma desastrada de propósito ?
As vantagens para Paulo Portas são óbvias. O seu regresso dentro de alguns anos terá que ser feito contra alguém e ele não quererá fazê-lo contra os seus apoiantes de sempre, porque tem intenção de chamá-los à direcção do partido de novo.
Especulações à parte, a vitória de Ribeiro e Castro para os próximos desafios do centro-direita é positiva. Sem implantação autárquica, o CDS terá que fazer muitas coligações com o PSD e terá um papel fundamental na caminhada para a vitória de Cavaco Silva. Não pertenço ao grupo de militantes do PSD que nutre um ódio de estimação por Paulo Portas e a "sua gente". Até acho que é uma relação prejudicial para o nosso espaço político. Mas facto é que ela existe e tem causado vários danos, como o fim da AD de Marcelo/Portas e agora foi relevante no fim da coligação de Governo.
A subida da esquerda exige reunião de esforços e a ponte necessária entre o PSD e o CDS, será mais fácil de fazer com as actuais direcções de ambos os partidos. Exige-se pois, um comportamento exemplar até às eleições presidenciais sobe pena de desperdiçarmos esta oportunidade única em 31 anos de democracia para a eleição do nosso Presidente.
Relativamente ao desempenho do novo líder, as suas bandeiras e prioridades não serão muito diferentes das que Paulo Portas teve no passado. Haverá sobretudo uma mudança de estilo e uma tentativa de apaziguação da hostilidade desmesurada que se criou em volta deste partido de direita, que está longe de ser de extrema-direita como tantos comentadores tentam fazer crer, demonstrando uma grande falta de conhecimento de ciência política.
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