2005-05-10

Persistir no erro

O ministro das obras públicas anunciou hoje que as grandes obras, como o aeroporto e o TGV, são para realizar e depressa. Sem questionar a utilidade das mesmas, porque as têm, devia-nos fazer pensar o facto de a Irlanda ter menos dois terços de kilometros de autoestrada por habitante do que nós.
É nestas opções que se vê que o plano tecnológico não é para ser levado a sério. A dotação orçamental é irrisória quando comparada com os grandes survedores de recursos do Estado.
Medidas gratis são fáceis de tomar, mas quando é necessário mexer nas grandes fatias do orçamento, a cedência aos lobbies da construção é imediata.
Os estudos feitos sobre o impacto do investimento público na economia são muito positivos. É de certeza neles que se baseiam estas decisões. Mas não existe outra opção para comparar estes resultados, porque nunca foi tentada outra política com alguma consistência. O investimento nas pessoas leva anos e nunca foi tentado com o devido planemento a longo prazo.
Mas já que o Governo insiste em seguir a política de obras públicas como motor da economia, eu recomendo que comece pela reconstrução de toda a rede de abastecimento de água, pois é aí que se encontra o verdadeiro desperdício que nos leva a ter anos de seca. Bem sei que é o tipo de obra que causa incómodo e não dá votos, mas em inicio de mandato é a altura ideal para tomar este tipo de medidas.

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