2005-02-18

Foi penoso

Ninguém estava com vontade de ir a votos. E refiro-me à vontade pessoal, não política.
Santana está com pouca saúde e sentiu-se injustiçado. Sócrates sabe que não está preparado e sentiu não ter o controle da situação. Portas estava refém da coligação. Louçã não estava ainda próximo de Sócrates para formar uma coligação. A excepção foi Jerónimo. Esteve como peixe na água e foi uma grande surpresa na campanha.
Atitudes precipitadas do Presidente têm destas consequências. Faltou convicção interior dos candidatos. Não basta falar com muita razão ou muito sentimento. É preciso criar empatia genuína e o Inverno também não ajuda, mesmo com sol.
O que mais me impressionou, foi a falta de figuras públicas na campanha. Atingiu sobretudo o PSD e menos o PP, mesmo com o caso Freitas do Amaral, mas o PS, BE e CDU também não galvanizaram os seus respectivos, embora o cheiro a poder nas hostes socialistas tenha tido algum efeito.
O resultado é o afastamento das pessoas com a abstenção a subir. Há efectivamente uma crise de representatividade e um efeito de cansaço da classe política.
Mas agora que o circo chegou ao fim e nem teve graça, nós portugueses, seja qual for o resultado temos que escrutinar constantemente o novo Governo e não deixar passar mais esta oportunidade para relançar este país cheio de talento.

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