2005-02-26

Esta semana ...


... vou andar por aqui.

2005-02-24

The Lighthouse at Two Lights


Edward Hopper

Marques Mendes aponta caminho

Ao definir que a reconquista de centro social democrata como o seu principal objectivo, Marques Mendes, não faz cedências ideológicas à esquerda, nem populista à direita, mas preconiza uma mudança de atitude face ao eleitorado que facilite uma aproximação.
O posicionamento face às presidenciais, abre caminho a Cavaco Silva e demonstra um total acerto de estratégia com o próprio de forma a não tornar a candidatura partidária.
A preocupação com as autárquicas, demonstra que quer ganhar e que será este um teste decisivo à própria existência do PSD enquanto tal, para além de ter Teresa Azambuja ao seu lado que é um sinal de que não vai permitir a candidatura de pessoas suspeitas. É um factor de credibilização.
Ao definir a sua própria agenda, Marques Mendes mostra que quer liderar a oposição, o que o fez muito bem com Marcelo Rebelo de Sousa durante o primeiro Governo de Guterres.

2005-02-23

Menezes virou à esquerda

É sempre mais fácil em tudo na vida acompanhar o comboio do que lhe fazer frente.
A primeira grande proposta de Luís Filipe Menezes é virar o PSD à esquerda.
É prejudicial ao país, que precisa de equilíbrio institucional e de representatividade política e é contrário ao caminho que foi feito desde a morte de Sá Carneiro.
O problema do PSD não está nas políticas concretas, está na forma como as executa, no distanciamento com a sociedade civil e na falta de divulgação da sua doutrina.
A história encarregar-se-á de fazer justiça ao que aconteceu ao partido nestas eleições, que não se deve arrepender do que fez bem nestes 3 anos.

DIAGNÓSTICO

Pouca verdade ! Pouca verdade !
Tenho razão enquanto não penso.
Pouca verdade ...
Devagar ...
Pode alguém chegar à vidraça ...
Nada de emoções ! ...
Cautela !
Sim, se mo dessem aceitaria ...
Não precisas insistir, aceitaria ...
Para quê ?
Que pergunta ! Aceitaria ...

Autor : Álvaro de Campos

2005-02-22

Atitude sensata

Ao se excluir da candidatura à liderança do PSD, Santana Lopes melhora as condições em que o próximo congresso irá ser disputado e volta a trás na intenção demonstrada. A crispação não será tão intensa e o debate poderá se voltar mais para questões de futuro do que de passado.
O próximo passo, deverá ser um retorno à Câmara de Lisboa, lugar que nunca devia ter deixado e em que mostrou uma grande vocação e capacidade.

Relatório Kinsey



A história do homem que publicou em 1948 um livro sobre a sexualidade, que descobriu comportamentos frequentes na sociedade americana, até então considerados minoritários ou provenientes de alguma deficiência, clarificando o tema até nas atitudes mais simples.
A quebra dos mitos morais é a principal vitória de Kinsey, que foi educado precisamente num ambiente de grande fanatismo religioso, mas que curiosamente lhe é útil na sua pesquisa, dado que herda a determinação e obcessão do pai.
A sexualidade é levada a um extremo unicamente animal e não são tidos em conta os aspectos psicológicos, mas como em qualquer ciência, é preciso fazer experiências para tirar conclusões.
O resultado foi francamente positivo e serviu para melhorar a vida íntima de muita gente e por isso hoje, esta temática é cada vez mais encarada de forma natural e sem preconceitos
.

2005-02-21

Presidente alcança objectivos

A estratégia presidencial para levar o PS ao poder com maioria absoluta foi exímia, mas não deixa de ser abusiva. Qualquer responsável político sabe, que durante uma crise económica e com as consequentes medidas de austeridade, a tendência dos eleitores é de se refugiar nas oposições. Ao não deixar a legislatura chegar ao fim, o Presidente abriu caminho para que não se tomem nos próximos tempos, medidas impopulares mas necessárias. Por isso, este resultado não dá razão ao Presidente da República.
Dentro de aproximadamente um ano, iremos eleger um novo responsável para Belém, e espero que só em circunstâncias muito excepcionais, volte a ser usado o poder de dissolução, porque Portugal precisa de estabilidade em coerência com a vontade expressa dos eleitores dada ontem, ou seja, governar ao centro.

Dúvida esotérica

O dia nasceu cinzento. Será um sinal do futuro ?

Noite Eleitoral VIII

Para finalizar, os meus sinceros votos de sucesso ao PS.
Não penso que quanto pior governarem melhor para o PSD. Antes pelo contrário. Quanto melhor for a sua governação, melhor será a proposta que o PSD apresentará daqui a quatro anos, se a legislatura chegar ao fim, o que seria um péssimo sinal se assim não fosse, porque Portugal não pode desperdiçar mais esta oportunidade.

Noite Eleitoral VII

A maioria absoluta não permite subterfúgios. O PS tem a obrigação de cumprir o programa que apresentou.
Para aqueles que estão desesperados pelos resultados, devo dizer que o programa socialista se for cumprido tal como foi apresentado não representa recuos significativos nas conquistas dos últimos anos e tem sinais positivos de como tencionam governar e pôr o país em crescimento. Continuo a achar que são insuficiêntes, tal como o afirmei no post "Programa Eleitoral - PS", mas a garantia de não engordar mais o Estado e governar com estabilidade, são bons indicadores para a iniciativa privada.

Noite Eleitoral VI

Santana foi o grande derrotado, mas ainda teve a lata de dizer que o partido já venceu eleições com este resultado. Até dá para rir se não fosse tão sério.
Consequências ? Um congresso extraordinário. Vai-se recandidatar ? É obvio que sim.
Se não fosse a pressão de Marques Mendes, não sei se a proposta do congresso seria imediata, por isso as suas declarações tiveram um papel positivo e permitem começar a construir uma alternativa, mesmo que não seja muito motivante.
Neste momento, o PSD tem que se reorganizar, tem que "pôr cada macaco no seu galho", mas sobretudo iniciar um processo de divulgação ideológica, para mudar mentalidades e cultura. Portugal está excessivamente virado à esquerda e isso não é bom para o equilíbrio institucional que precisamos. Todos são necessários para a oposição que o país espera de nós.

Noite Eleitoral V

Paulo Portas sai com dignidade e teve a lucidez de detectar o fim do seu ciclo político a curto-prazo. Irá voltar daqui a uns anos e com mais força.
Sai, mas não deixa o partido de rastos. Embora não tenha cumprido os seus objectivos, ficou muito perto de os atingir. Dentro da sua área política foi o que melhor se aguentou.

Noite Eleitoral IV

Não deixa de ser paradoxal que o melhor resultado de sempre do BE e a subida da CDU, contrariando a tendência dos últimos anos, não tenham utilidade nenhuma.
A maioria absoluta do PS, acabou por salvar o país de um Governo de coligação com a participação de forças políticas avessas à economia de mercado e com visões comunistas da sociedade.

Noite Eleitoral III

O resultado da esquerda foi galopante. Subiram todos, mas há uma ilação lógica: quem deu a maioria absoluta ao PS foi o eleitorado central, porque não houve o efeito de voto útil, logo o próximo Governo se quiser agradar à sua base de apoio vai ter que governar ao centro.
Do mal o menos.

Noite Eleitoral II

Estava convicto que a abstenção ia subir, pelo efeito massacrento da campanha e pouco entusiasmo demonstrado. Mas não foi assim. E não foi, porque o eleitorado está hoje mais consciente da situação do país e quis participar.
A inversão da tendência de subida da abstenção é de saudar. Uma democracia é cada vez mais profunda, na exacta medida da participação das pessoas.
No entanto, acho que a direita foi demasiado penalisada e quem não votou nos últimos anos e deu o seu voto ao PS, não queria esta subida dos partidos de esquerda radicais.

2005-02-20

Noite Eleitoral I

O que vai estar hoje em jogo é a dimensão da vitória da esquerda e a sua composição.
Será que o PCP se mantêm ? Será que o BE cresce ? Será que o PS consegue maioria absoluta ? E se conseguir, é pelo voto útil da esquerda ou pela conquista esmagadora do centro ?
O PP mais uma vez será uma incógnita. As sondagens revelam muita dificuldade em acertar nos resultados. A campanha foi bem feita, mas será que resultou ?
Quanto ao PSD, o tipo de campanha pela negativa que fez é uma novidade em Portugal. Será que conseguirá evitar a maioria absoluta do PS ?
Para hoje serão estas as questões, porque as consequências estão marcadas para amanhã.

2005-02-19

Referendo à Constituição Europeia

Os nossos vizinhos espanhóis vão referendar amanhã a Constituição Europeia e tudo indica uma vitória natural do sim.
Nós por cá, conseguimos realizar eleições legislativas por tudo e por nada, mas um referendozinho que nem opõe os dois principais partidos, nem vê-lo.
Como manda a boa tradição portuguesa, existem vários prazos a respeitar e não se pode realizar diferentes actos eleitorais em simultâneo. Por isso, lá para o fim de 2006 e se ninguém entretanto meter o assunto na gaveta, teremos oportunidade de aprovar democraticamente um processo que se iniciou à 20 anos.

Dia desnecessário

O dia de reflexão é bem o exemplo dos pequenos promenores que tornam este país lento.
Pressupõe que as pessoas não são capazes de participar, agir e pensar ao mesmo tempo. Somos tratados como seres menores que precisam de 24 horas para clarificar a sua opção, porque estes últimos meses não foram suficientes. Enfim, um disparate.
A comunicação social tem que fingir que não se passa nada. É como se por um dia o tempo parasse. Não houve passado e não há futuro político. Por cá tudo se resume a este Sábado.
Mas a maior hipocrisia é que um dos principais meios de campanha, os outdoors, continuam expostos alegremente e ninguém cumpre a lei. Esta situação ridícula, mesmo que não sendo relevante, é um mau exemplo da classe política e não ajuda nada a uma cultura de acção.

2005-02-18

Foi penoso

Ninguém estava com vontade de ir a votos. E refiro-me à vontade pessoal, não política.
Santana está com pouca saúde e sentiu-se injustiçado. Sócrates sabe que não está preparado e sentiu não ter o controle da situação. Portas estava refém da coligação. Louçã não estava ainda próximo de Sócrates para formar uma coligação. A excepção foi Jerónimo. Esteve como peixe na água e foi uma grande surpresa na campanha.
Atitudes precipitadas do Presidente têm destas consequências. Faltou convicção interior dos candidatos. Não basta falar com muita razão ou muito sentimento. É preciso criar empatia genuína e o Inverno também não ajuda, mesmo com sol.
O que mais me impressionou, foi a falta de figuras públicas na campanha. Atingiu sobretudo o PSD e menos o PP, mesmo com o caso Freitas do Amaral, mas o PS, BE e CDU também não galvanizaram os seus respectivos, embora o cheiro a poder nas hostes socialistas tenha tido algum efeito.
O resultado é o afastamento das pessoas com a abstenção a subir. Há efectivamente uma crise de representatividade e um efeito de cansaço da classe política.
Mas agora que o circo chegou ao fim e nem teve graça, nós portugueses, seja qual for o resultado temos que escrutinar constantemente o novo Governo e não deixar passar mais esta oportunidade para relançar este país cheio de talento.

Meat Counter


Dmitry Alexandrov

2005-02-17

Programa Eleitoral - PSD

Aqui está apresentado um caminho para Portugal com optimismo moderado, com um grande enfoque nos direitos e deveres das pessoas e a sua responsabilidade para com a sociedade, apontando para um Estado mais regulador e menos intervencionista.
As principais prioridades do PSD, resultam de um diagnóstico muito preciso da realidade e são apresentadas com objectivos quantificados, desde o aumento da produtividade, diminuição do peso do Estado na economia, diminuição da economia paralela, maior quota de genéricos, taxa de abandono escolar mais baixa, mais formação profissional, promoção do acesso à justiça, maior cobertura das pensões, apoio à natalidade, aumento do investimento em I&D, generalização do saneamento básico e diminuição das emissões de CO2.
O contrato proposto aos portugueses dá um grande relevo à produtividade como factor de crescimento económico, redefinição do papel do Estado Social com a garantia de serviços para quem tem menos possibilidades e manutenção do princípio da subsideriedade, consolidação orçamental do lado da despesa para diminuir impostos, princípio do utilizador e poluidor pagador.
O choque de gestão está muito bem resumido neste texto: “Perceber o sentido das coisas, separar o essencial do acessório, fazer as perguntas certas, fixar objectivos, medir, focar, inovar, e responsabilizar. Conceber, mas sobretudo executar.” Este espírito vem na linha reformista que está na própria génese do PSD desde a sua fundação, aliado a um constante apelo e manifesta vontade de mudar mentalidades, cultura, valores e regras, privilegiando a responsabilidade, liberdade de escolha, concorrência, equidade geracional, solidariedade, transparência e orgulho.
As medidas concretas do choque de gestão estão directamente ligadas ao último grande estudo sobre as deficiências competitivas da nossa economia, mais concretamente os custos de contexto. São eles a evasão fiscal com o alargamento da base tributária, a burocracia com a responsabilização dos agentes, ordenamento do território para definir áreas de intervenção, os serviços públicos para torná-los mais eficazes, a legislação laboral para flexibilizar e assim beneficiar o emprego e a regulamentação dos mercados/produtos para um clima de maior transparência. É avançado também o compromisso de poupar 700 milhões de euros só com medidas de racionalização e rentabilização das operações e activos do Estado.
A reforma da administração pública é para continuar, com um programa de actuação operacional, premiando a excelência e renovando os quadros, assim como a da saúde, que foi descrita pela OCDE, como uma reforma que privilegia a qualidade, vai de encontro à necessidade da população e limita a pressão da despesa.
Na educação há uma especial preocupação com a taxa de abandono escolar e compromissos concretos para reduzi-la, através de um maior apoio aos alunos em risco e adequando o sistema às necessidades sociais e do mercado. No ensino superior há a prioridade de implementar o processo de Bolonha.
Existem diversas áreas, como o ambiente, segurança, desporto, imigração, onde são propostas medidas que irão depender em grande parte da oportunidade política e peso político dos responsáveis por esses sectores, assim como da própria evolução natural dos sectores, ou então de entendimentos com o PS, como seja com a justiça.
O problema demográfico que neste momento existe na Europa e é particularmente mais grave em Portugal, é alvo de medidas estruturantes e que permitem sustentar o sistema de segurança social no longo-prazo. A política de família irá dar incentivos claros a quem tiver mais filhos, embora este não seja o único factor relevante nesta matéria. Relativamente às pensões é proposto um aumento da idade da reforma indexado à esperança média de vida, mas quem tiver mais de 35 anos poderá optar se quer esse novo regime ou não, dando benefícios para premiar a vida activa. Os complementos privados de reforma, também são essenciais para a sustentabilidade do sistema e retiram a responsabilidade do Estado nas reformas mais altas. A discriminação positiva que protege quem mais necessita, é um princípio que estará sempre presente em todo o tipo de prestações sociais.
Durante esta legislatura foi aprovado o maior programa de sempre de apoio à I&D, no valor de 300 milhões de euros. O programa do PSD compromete-se a continuar esta política, mas quer também criar condições para que os privados apostem nesta área, para se poder cumprir o objectivo dos 2% do PIB em I&D, como nos comprometemos na Estratégia de Lisboa.
A política de transporte está muito bem estruturada e integrada, numa perspectiva de desenvolvimento harmonioso do território e sobretudo desincentivando o uso do automóvel no centro das cidades.
Os compromissos internacionais com a NATO, EU, ONU, são para continuar, o que aliás ninguém responsável no nosso país contesta e são essenciais para a afirmação de Portugal no Mundo e capacidade de negociação. A medida de tornar o Português, uma língua oficial nas Nações Unidas é uma excelente forma de divulgação.
No próximo dia 20 de Fevereiro, independentemente das simpatias pessoais, o que estará em jogo no essencial é o cumprimentos dos programas, embora estes muitas vezes sejam indicativos e difíceis de cumprir numa só legislatura. Por ser ambicioso mas realista, por privilegiar a iniciativa privada, por proteger os mais pobres, por ser estruturante para a sociedade e por conter um pressuposto de mudança de mentalidade, o programa de um futuro governo do PSD neste momento, serve melhor os interesses do país, dá continuidade às políticas de ajustamento iniciadas à 3 anos e permite começar a beneficiar a população, criando um futuro melhor.

2005-02-16

Programa Eleitoral - PS

Todos nos lembramos da recessão mundial que se iniciou em 1999 com o rebentamento da bolha tecnológica e consequente descida das cotações bolsistas e toda a instabilidade daí decorrente. O pressuposto do crescimento económico que ocorreu nos anos imediatamente anteriores, era que a tecnologia iria só por si criar riqueza e a internet ia transformar o Mundo. Estávamos em final de milénio e houve uma tentação generalizada para tornar o pensamento económico em algo um pouco lírico. Passados alguns anos ainda restam muitas mazelas, mas a maior parte dos agentes políticos e económicos mundiais alterou a doutrina, dando prioridade ao conhecimento e sobretudo, porque é isso que explica a maior parte do desenvolvimento económico nos nossos tempos, melhorou a qualidade das instituições e dos seus agentes. Em Portugal a situação foi mais grave, porque não tínhamos nem temos, um tecido produtivo suficientemente pujante para dar a volta à situação. O que o PS defendeu à época e volta a cair no mesmo erro, “o salto de canguru”, em que a nossa economia passa a ser unicamente virada para a tecnologia, demonstrou não ser sustentável, nem estimula os diversos sectores produtivos. Poderemos produzir os melhores técnicos e as melhores soluções tecnológicas, se não tivermos onde aplicá-las de pouco serve. A tecnologia é um meio, não um fim. Este plano que é apresentado como uma Caixa de Pandora, não adianta muito ao que já está a ser feito ou programado, e está muito maquilhado de forma a ser solicitado que não seja contabilizado para o défice, pois só assim é possível cumprir todo o programa estipulado, dado que o crescimento económico anunciado, não é uma simples medida administrativa e não depende em grande parte só de nós, como pequena economia aberta que somos.
Ainda no capítulo económico, deseja-se o aumento da concorrência, mas esquece-se que há sectores que estão a competir à escala europeia e que precisam de empresas com dimensão para criar economias de escala e beneficiar o consumidor, como também se dá a falsa esperança aos empresários de criar empresas em 24 horas e claro está a tentação ideológica de “melhorar o governo das empresas”. A iniciativa privada é algo que ainda não está completamente digerido pelo PS.
As medidas para melhorar a Administração Pública, concentram-se quase exclusivamente no atendimento ao cidadão, ou seja, melhorar o serviço e bem, facilitando a vida aos utentes, mas nunca se explica se haverá mudança de procedimentos e reorganização interna. Não basta maquilhar os serviços públicos, é necessário reestruturá-los para que reduzam custos, ganhem eficiência e credibilidade.
Na educação pretendem continuar o alargamento do pré-escolar, que tinha sido iniciado no primeiro Governo de Guterres, melhorar os níveis gerais de escolaridade e implementar o processo de Bolonha. São todas boas intenções se houver vontade política e não apenas atirar dinheiro para os problemas, o que não resolve nada, para além de criar uma cultura de indisciplina, demérito dos melhores e irresponsabilidade. Não é referido como se articula a educação com a cultura, sector que está bem estruturado no programa.
Os últimos governos socialistas deram grande permissão ao aumento da construção sem regras e são responsáveis por grandes atentados urbanísticos, embora o programa Polís tenha corrido bem e por isso deverá surgir um programa semelhante. Devo dizer que na área ambiental, qualidade vida e desenvolvimento sustentável, no geral as medidas propostas são positivas, muito também devido aos compromissos do Protocolo de Quioto.
A mudança de linguagem e processos formais, é o que sobressai para o sector da saúde, porque no essencial a reforma em curso é para continuar, o que aliás já tinha sido definido por Correia de Campos e transitou para a Luís Filipe Pereira com algumas nuances.
A segurança social vão ligar a idade da reforma à esperança média de vida, o que é lógico e urgente, mas discordo do fim da discriminação positiva implementada relativamente aos diversos subsídios. A pobreza será tratada mais uma vez com prestações, o que exceptuando situações extremas, não resolve o problema.
As políticas de desporto, imigração, juventude, comunicação social, defesa, externa e europeias, apontam todas no bom caminho, quer seja por bom senso ou por compromissos internacionais e internos.
Relativamente ao emprego, o objectivo de criar 150000 postos de trabalho é completamente irrealista, como se demonstra pelos números de Silva Lopes. Se a economia crescer a uma média de 3% na próxima legislatura, o que aliás acha difícil, pelo comportamento do emprego no passado relativamente ao crescimento do PIB, mas com aumento de funcionários públicos, iriam ser criados 120000 empregos. Uma diferença de 30000, a que se acresce uma redução de funcionários públicos de 70000, pela regra de cada dois que sai entra um, ou seja, serão criados 50000 postos de trabalho na melhor das hipóteses se for cumprido este programa tal como está apresentado.
Para finalizar, noto que a linguagem redonda e pouco objectiva, que é tipicamente socialista, não foi abandonada, e que não há compromissos quanto a valores e atitudes que poderiam dar um grande impulso ao nosso país e que são estruturantes para toda a sociedade. O laxismo, o facilitismo, a cultura de irresponsabilidade e pouco trabalho estão de volta, interrompendo um ciclo de mudança de mentalidades.

2005-02-15

Debate não adianta muito ...

Gostei do formato do debate. Beneficia o confronto de ideias, é mais adequado à realidade portuguesa e permite descodificar melhor o pensamento dos intervenientes, quer pelo tempo que dedicam aos assuntos, quer pela resposta que dão quando confrontados. Aí vem ao de cima o mau génio de José Sócrates, que apesar de tudo estava mais calma que da última vez, e que terá muita dificuldade em lidar com um partido mole e habituado ao facilitismo. Pode ser que seja um bom sinal e sirva para não deixar a autoridade do Estado degradada como deixou António Guterres. No entanto o principal objectivo que tinha, conquistar a maioria absoluta, falhou. Bem que falou para os desempregados, os idosos e os jovens, porque sabe que é aí que estão os indecisos, mas não lhes adiantou mais do que já tinha dito e sobretudo não convenceu de ser capaz de realizar o que já anunciou.
Pedro Santana Lopes, mostrou-se mais uma vez conhecedor da governação ao contrário da imagem criada. Não que tenha sido muito bom governante, mas também já os houve muito piores. Não devia ter valorizado a provocação de Louçã e devia ter evidenciado mais os progressos que se fizeram nestes 3 anos, porque os há e muitos.
Portas foi o mais eficaz. Disse tudo o que tinha para dizer, com muito boa argumentação e clareza. As suas tiradas sobre os postos de trabalho preservados foram pura demagogia e não deixa de ser estranho ter afirmado que quer fazer crescer a economia com o consumo das famílias. Qualquer economista de esquerda deve ter pensado duas vezes em votar no PP.
Do lado da extrema esquerda, Jerónimo de Sousa deu "falta de comparência" e assim poupo-nos a mais uma cassete e Louçã esteve ao ser melhor estilo de "tele-evangelista". Normalmente sou avesso a este tipo de rótulos, mas a suposta autoridade moral que reveste este figura, só pode ser caricaturável e não é para levar a sério.

Autumn Rhythm


Jackson Pollock

2005-02-14

Bússola Política

Façam o teste que é interessante.
Os meus resultados foram quase os correctos. Situo-me um pouco mais à direita, mas parece-me que o questionário parte do princípio que as preocupações sociais são de esquerda, o que nunca é demais lembrar, é falso.
Esquerda (-) / Direita (+) : 0.88
Autoritarismo (+) / Libertarianismo (-) : -1.54

Invocação

Espírito do ar, vem,
vem depressa.
O invocador te chama.

Vem, e purifica esta terra.
Espírito do ar, vem,
vem depressa.

Levanto-me:
é no meio dos espíritos que eu me levanto.
Os invocadores me protegem,
conduzem-me por entre os espíritos.

Criança, criança, grande criança,
levanta-te e vem,
grande criança, pequena criança,
aparece entre nós.

Fonte : Esquimós em Rosa do Mundo 2001 Poemas para o futuro

2005-02-12

Carrapatoso lembrou solução

No programa "Negócios da Semana", o Presidente da Vodafone afirmou e bem que a nossa taxa de desemprego está a baixo da média europeia e que por isso temos margem para subi-la. A única forma de ajustar a economia é despedindo funcionários públicos e deixar de apoiar sectores pouco produtivos, o que terá como consequência a falência dessas empresas, eliminando as menos eficientes e aumentando a produtividade da economia. Não foi só com medidas como esta que a Irlanda e a Espanha atingiram o desenvolvimento económico, mas sem elas não o teriam atingido. Pelo menos da forma sustentada como se tem demonstrado.
O desemprego não é apenas uma estatística. Atinge pessoas em concreto e por isso necessita de políticas de apoio social, porque um desempregado no nosso país tem um impacto mais negativo na saúde financeira das famílias do que nos nossos parceiros europeus mais ricos. Como foi dito durante a entrevista e por sugestão de Eduardo Catroga e Miguel Cadilhe, o Estado podia contrair dívida pública ou vender o ouro para financiar um fundo de desemprego que minimizaria o sofrimento social.
Em economia não há soluções milagrosas, mesmo que durante as campanhas eleitorais pareça que há. Ponderando os prós e os contras, defendo que esta medida deverá ser implementada seja quem for que ganhe, porque a consequência de mais um adiamento, será um drama social muito maior do que o actual.

Pode já ser tarde

Estão a ser desenvolvidos esforços pelas Nações Unidas para voltar a ter a Coreia do Norte de novo na mesa das negociações sobre armamento nuclear. As armas de destruição maciça eles já têm, o que se está a tentar agora é que não as usem, o que é altamente incerto dado o isolamento deste país no cenário internacional e a extrema de pobreza de que padece. O uso da força poderá ser o único meio que têm de se afirmar no mundo.
Este regime comunista e totalitário, e volto a lembrar que Bernardino Soares disse que tinha dúvidas se não era uma democracia, é de uma crueldade extrema para o seu próprio povo e nem quero imaginar para os seus vizinhos. Existe uma grande parte da população que é constantemete enganada e pensa que vive num país desenvolvido, porque não tem meios de comparação.
Madeleine Albright afirmou antes da invasão do Iraque, que a verdadeira ameaça era a Coreia do Norte. E parece que tinha razão. Sou pela paz e acho que se devem esgotar sempre que possível todas os canais diplomáticos e todas as formas de pressão para evitar uma guerra. Não defendo as guerras preventivas e muito menos as consigo entender, mas a haver uma situação que o justificasse era precisamente uma intervenção na Coreia do Norte.
Não se vislumbram cenários muito optimistas. É de todo impossível neste momento começar uma rebelião interna, abrir a Coreira do Norte ao mundo ou atacá-la sem a perda de muitas vidas. A única solução poderá ser simplesmente pagar aos seus dirigentes para garantir que não desencadeiam uma guerra, e mesmo assim poderá não ser suficiente dado o fanatismo que reina neste país do Oriente.

2005-02-11

Pôr-do-sol no Pico Ruivo


Bernardo Nóbrega

2005-02-10

Tragédia no Sudeste Asiático II

As previsões de crescimento económico para os países atingidos pelo tsunami mantêm-se inalteradas. Embora a destruição possa parecer devastadora, apenas áreas de pouca dinâmica económica foram atingidas e mesmo as que tinham maior dinâmica, têm uma dimensão pequena em relação ao todo nacional.
Assim, para além das ajudas internacionais, as populações poderão contar com os seus próprios meios para a reconstrução o que proporciona uma situação mais estimulante e menos dramática.
A desolação humana deve ser extrema e difícil de ultrapassar, mas estão a ser garantidos os meios que vão permitir tornar menos penoso o caminho que têm que percorrer.
É com alguma inquietação que vejo que esta notícia não é mais preocupação da opinião pública. Morreram centenas de milhares de pessoas e não há números de crescimento económico que as façam esquecer, mesmo que sejam importantes para o futuro.

Um Longo Domingo de Noivado


A resignação não se impõe quando há esperança. Quando essa esperança se refere à pessoa amada ainda mais forte é o sentimento.
Um Longo Domingo de Noivado, mostra-nos a luta pela descoberta da verdade, o inconformismo, a preserverança, mesmo quando parecem se ter esgotado todas as possibilidades.
É uma história em busca do noivo que supostamente tinha morrido no decorrer da 1ª Guerra Mundial, mas que Mathilde, a noiva, não sente o seu desaparecimento.
A dupla do "Fabuloso Destino de Amélie", o realizador Jean-Pierre Jeunet e a actriz Audrey Tautou, voltou a encontrar-se e o resultado é mais uma vez brilhante mas num registo mais violento e triste.
Os pequenos promenores da vida, as coincidências e o humor continuam presentes neste filme com excelente realização, interpretação, guarda-roupa e fotografia.

2005-02-09

Abuso Jornalístico

O pensamento político de Cavaco Silva à muito que é conhecido. Defendeu e defende que a maioria absoluta é a solução que fornece maior estabilidade aos governos para executarem os seus programas. Concorde-se ou não, é este o seu pensamento genérico sobre o sistema político português.
Todavia, não é seu desejo para estas eleições que o PS tenha uma maioria absoluta. Nunco o declarou nem insinuou. Tirar a conclusão que por o PS aparecer mais bem colocado nas sondagens, Cavaco Silva, desejaria já que vão ganhar então que ganhem com maioria absoluta, é completamente abusivo.
A interpretação mais evidente do seu pensamento, sendo militante do PSD e um dos maiores críticos do guterrismo, agora na sua versão socrática, é que desejaria uma maioria absoluta do seu partido, embora a pouca simpatia que tenha pelo actual líder não o deixe exteriorizar.
A linha editorial do Público sempre foi tendencialmente de esquerda. É legítimo e nunca o deixei de o ler por isso, porque acima de tudo existe muita competência neste jornal e até isenção como demonstrou a primeira página após o debate Santana vs Sócrates, em que foi o único a declarar a evidente vitória de Santana Lopes. Não está na sua génese publicar notícias como esta. Interpretar o comportamento, pensamento e atitude de Cavaco Silva como querendo favorecer o PS, leva-me a pensar que é uma forma deliberada de causar más relações com o seu eleitorado de sempre e força-lo a entrar na campanha.

2005-02-08

Reínicio do processo de paz

O acordo assinado por Israel e pela Autoridade Palestiniana é um pequeno mas importante passo no caminho para paz e tudo indica haver vontade política de ambas as partes.
Tem sido um processo com sucessivas falsas esperanças, mas o dever de todos os intervenientes é continuar a insistir e não deixar que continuem as atrocidades de ambas as nações.

2005-02-07

Quando não mais o Número e a Figura ...

Quanto não mais o Número e a Figura
Sejam chaves de toda a Criatura,
Quando aqueles que cantam ou que beijam
Mais sábios que os mais sábios inda sejam,
Quando o mundo, que a vida livre esquece,
À vida e a si próprio já regresse,
E quando a luz e as trevas se casarem
Pra claridade vívida gerarem,
Quando virmos que a história universal
Só na poesia e lenda é que é real,
Brotará do mistério de um só verbo
O renovado Ser que andava enfermo.

Autor : Friedrich von Hardenberg

Encerramento do comércio ao Domingo

Os pequenos e médios comerciantes legitimamente, vieram reivindicar o encerramento do comércio ao Domingo. Apontam uma série de razões, como o número de trabalhadores no sector, a sua dimensão relativa, a perda de rendimentos ao longo dos últimos anos e uma directiva europeia que aponta nesse caminho.
Sou um defensor do comércio tradicional. Dá vida às cidades, é mais humano e preserva a nossa história. Todavia, é um sector que não evoluiu e que não gera grandes receitas ao Estado, dado que a fuga de impostos é generalizada. É o velho exemplo de quando fecham 10 mercearias e abre um supermercado a receita de imposto sobe, acrescendo ainda ganhos de eficiência nas empresas.
É difícil encontrar uma solução equilibrada, que permita também um bom serviço aos consumidores, dado que o Domingo para a grande maioria da população é um óptimo dia para ir às compras. Por isso penso que para já a reivindicação não é concretizável. No global não saíamos beneficiados. E refiro-me a todos : consumidores, empresários e Estado.
Os pequenos e médios comerciantes têm que arranjar soluções para se tornarem mais competitivos e representarem um valor acrescentado para a comunidade. Entretanto, para quem está do vosso lado a solução é simples : gastar o dinheiro nos vossos estabelecimentos em detrimento das grandes superfícies. Quem apregoa que é pela tradição, este é o único caminho a seguir.

2005-02-05

Camouflage


Andy Warhol

0815

O site de um bar um Zurique. Um espaço de muito bom gosto.

2005-02-04

Tiago Monteiro

Mais um português na F1. É o quarto. Desta vez é um projecto mais sólido, mesmo num país que só apoia o futebol. Estou convicto que vai honrar Portugal.
Desejo os mais altos voos !

2005-02-03

Santana Ganhou

Os debates são óptimos para esclarecer ideias e propostas, mas são sobretudo um confronto de personalidades. O conteúdo das propostas de cada um dos candidatos não é assim tão diferente. Separa-os a credibilidade, o conhecimento e a segurança que têm das diversas áreas da governação.
Ao analisar apenas do ponto vista eleitoral quem apresentou propostas que mais seduzem, no geral acho que houve um empate, porque ninguém aprofundou os temas sensíveis, embora tenham dado pistas, mas que não são compreensíveis a toda a gente e até dão para várias interpretações. Nos programas eleitorais estão lá as diferenças e terei ocasião de evidenciá-las.
José Sócrates arrancou melhor. Tinha tudo a seu favor. A forma como está a ser feita a campanha do PSD, os boatos que em nada dignificam a vida política e uma confortável vantagem nas sondagens.
Mas cedo começou a perder terreno. Teve constantemente a vincar a ideia do crescimento económico, do emprego, das finanças públicas e do plano tecnológico, mas como são áreas em que a responsabilidade socialista do fracasso é deveras superior à da coligação foi perdendo confiança ao longo do debate e transmitiu muita irritação quando foram sucessivamente refutadas e apontados caminhos de futuro. Santana Lopes desmontou o plano tecnológico ao dizer o que já está a ser feito actualmente e não como uma miragem de futuro, assim como, o conhecimento que demonstrou ter das diversas pastas, como a imagem calma e segura que transmitiu, surpreendeu-me pela positiva, porque não tinha sido assim até aqui. Até as chamadas questões da modernidade, embora o seu nome seja discutível, que normalmente são caras à esquerda, foram abordadas com muito maior naturalidade e frontalidade por Santana Lopes.
Pela irritação e incómodo que sentiu, pela falta de credibilidade que tem para apontar soluções nos temas que colocou no centro da sua agenda, por não ter conseguido discutir o passado, por se comprometer muito pouco, José Sócrates perdeu o debate mais por demérito próprio do que por mérito de Santana Lopes, embora este tenha estado em boa forma.

Isaltino Morais

Vir em plena pré-campanha eleitoral anunciar a candidatura à Câmara Municipal do Oeiras só pode ter por objectivo prejudicar o resultado eleitoral do PSD. Não seria grave se Isaltino Morais fosse um crítico da actual liderança. Grave é que o próprio vem defender Santana Lopes, crítica Cavaco Silva e Marque Mendes, e acaba por tomar uma decisão que tem mais efeitos desvastadores no eleitorado do que qualquer uma das criticas que têm sido feitas ao líder do PSD.
Os eleitores são implacáveis com este tipo de atitude. E ainda bem que o são. Os partidos não podem continuar a albergar gente que usa os meios do Estado para enriquecer. Mesmo que não esteja provada a conduta do ex-presidente da Câmara da Oeiras, recai sobre si a suspeita e não deve exercer cargos públicos enquanto não forem esclarecidas todas as dúvidas.
Esta situação vem dar razão aos que defendem que Isaltino Morais, não é ninguém fora do seu "quintal". Um homem com obra feita e que pôs Oeiras entre os munícipios mais competitivos do país não tem nenhuma actividade privada que o sustente ? Será que só é possível demonstrar as suas qualidades em Oeiras ?
Toda esta situação não fica bem. Causa incómodo aos militantes do PSD e desprestigia a classe política. Nas autárquicas veremos se não é mais um caso do um cacique. A bola está do lado da população de Oeiras.

(cumpli)Cidades # 26

Hoje à noite no bar do Lux DJ´s Are Not Rock Stars, com Princess Superstar e Alexander Technique como convidado. Uma dupla divertida e com muito andamento.
Na discoteca vêm nos indicar as sonoridades do futuro com Ellen AlLien e os Modeselektor. Aguardo a surpresa.


2005-02-02

View of the Mediterranean at Maguelonne


Gustave Courbet

2005-02-01

Jean Nouvel

O site de um dos mais conceituados arquitectos franceses com obra espalhada por todo o Mundo.

Freitas do Amaral

O nosso país tem falta de pessoas não alinhadas. Pessoas que tomam decisões de forma pragmática em consciência com o que pensam ser melhor para Portugal, pessoas com liberdade de espírito. Freitas do Amaral é um dos raros exemplos que restam na nosso democracia e que não divide a sociedade entre os que estão com ele e os que estão contra ele.
Pela justificação que dá em relação ao seu posicionamento ao longo dos anos, reconheço que sempre fez um percurso coerente, mas não deixo de constatar que para o bem ou para o mal a sua base de apoio sempre foi o eleitorado de centro-direita, no qual eu me incluo.
Não me sinto desiludido porque compreendo a sua argumentação, embora não concorde, principalmente na questão iraquiana, que me pareceu manifestamente excessiva e algo demagógica. Por isso a minha crítica não é feita no sentido pessoal como muita gente da minha área política tem feito e que irá ter que engolir quando daqui a uns anos, o professor nos voltar a apoiar. A minha crítica surge porque não acho que o país tenha ficado na mesma com 3 anos de governação PSD/PP. Muito se avançou em circunstâncias difíceis, muitas reformas estavam em curso, mais justiça social foi feita com a exclusão das pessoas de altos rendimentos dos subsídios do Estado.
Dia 20 de Fevereiro, iremos julgar o trabalho destes 3 anos, mas também o que nos propõem para o futuro. O PSD não se apresenta a estas eleições com uma boa liderança, mas continuo convicto que a opção PS ainda é pior, como irei demonstrar ainda esta semana quando comentar o programa eleitoral dos dois partidos.
Concluo com respeito pela sua decisão, não me sinto defraudado e espero que no futuro volte a colaborar com o meu espaço político, mas discordo profundamente da sua opção.

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